O AJUDANTE FEDELHO
VÊ O VERMELHO
O ARTISTA JÁ VELHO
SENTE-SE ULTRAPASSADO
FIXADO NO ENCARNADO
E
QUANDO NÃO AGUENTA
TEM VISÕES DE MANGUENTA
TERMINANDO NUM FIM
DE CARMIM
TENDO CONCLUÍDO
UM SUICÍDIO
QUASE PREGUIÇOSO
NÃO LUMINOSO
ONDE A LUZ
FORTE
INDUZ
A MORTE
NUMA COR
A PEDIR PUDOR
COM AS CORES PRIMÁRIAS
A SEREM ÁRIAS
DE UM MUSICAL
CELESTIAL
APESAR DE HAVER
MUITO ARTISTA
VIGARISTA
A VENDER
O MAU GOSTO
A QUE O CRITICO TOMA O GOSTO
POR ISSO APOSTO
QUE ESSE PINTAR
É
VOMITAR
PORQUE ACREDITO
QUE O BOM PINTAR
É
INFINITO
NUM EGO ENORME
QUE NÃO DORME
MAS NOS COME
NUM OLHAR
ACTIVO
O TAL OLHAR
SIGNIFICATIVO
DE VENERAÇÃO
E
CONTEMPLAÇÃO
NUM MUNDO
REAL
QUE NO TEMPO ACTUAL
SE JULGA PROFUNDO
MAS PROCURA
NA PINTURA
ESPECULAÇÕES
PARA AS SUAS MÁS ACÇÕES
FINANCEIRAS
SOMENTE INTERESSEIRAS
NUMA SOCIEDADE DOENTE
QUE SE FINGE INTELIGENTE
OLHANDO A PINTURA
NÃO COMO A ARTE DE SONHAR
MAS UM MODO DE DISFARÇAR
UMA ENVOLVENTE LOUCURA.
(*)No Teatro Aberto a peça de John Logan,sobre o pintor MARK ROTHKO,quando em1958 em Nova Iorque aceita uma grande encomenda,é encenada por João Lourenço com António Fonseca (Mark Rothko) e João Vicente (Ken).
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